sexta-feira, novembro 27

Segredo às estrelas

Numa noite de lua crescente, de céu um tanto quanto estrelado - apesar das muitas nuvens que tem feito a terra tremer - Hugo e Maria Inês, um casal de jovens que vivem suas vidas com tanto amor, muitas vezes longe, mas por certo inseparáveis pelo destino, sentem o suave vento que lhes bate à pele ao conversarem:
(...)
- Estava pensando... há quanto tempo estamos juntos? – questiona Hugo.
- Humm, essa é difícil! – responde Maria Inês, completando logo em seguida – não sei dizer amor, lembra que chegamos a combinar um dia? Mas não lembro qual foi.
- Pois é, lembro sim, mas também não sei dizer... fizeram-me essa pergunta uns dias atrás e eu não soube responder, acabei dizendo que por volta de um ano. Será?
Maria Inês desconversou por não saber o que dizer, fez uma pausa e então deu uma resposta qualquer. Hugo, sem saber no que pensar, nada disse.
Um tempo de silêncio, ambos pensavam...
- Tivemos um bom verão, sentimentos e vontades que não são qualquer pessoa, de uma para outra, que passam ou recebem. Loucuras e trapalhadas pelas quais apenas nós mesmos poderíamos ter passado. – relembra M. Inês, com voz lenta mas firme, mirando as estrelas como se acabasse de lhes contar um segredo.
Hugo ouviu as palavras de sua companheira com atenção, fazendo-o lembrar como se tudo o que escutou tivesse acontecido instantes antes de os dois estarem ali, à luz daquela lua que tanto os alumiou.
- Sente saudades daqueles tempos, amor? – pergunta M. Inês.
Hugo não esperava pela pergunta, pegando-o de surpresa, mas com tom firme e como quem sabe o que tem que dizer, responde:
- Sim, sinto saudades sim.
- E de quê? – interroga a garota, tão surpresa quanto o rapaz.
- De tudo um pouco.
- Mas como assim?
- Contigo senti um fogo arder dentro do meu peito, um fogo forte que me deixava louco! Sentia teu beijo firme, com vontade, quase que me deixando sem ar, com as pernas meio bambas. Sentia teu cheiro no ar, onde quer que eu estivesse e assim me recordava do teu corpo, do teu jeito, do teu respirar no meu pescoço, como se estivesse bem ao meu lado, me levando às alturas! Sentia que tinha encontrado ‘a garota!’ com a qual sempre sonhei, a moça que amei com tanta vontade. – desandou a falar Hugo.
Maria Inês desabou sobre seus braços, beijou-o como jamais o tinha beijado, se entregou totalmente e novamente entraram em sintonia, muito mais harmoniosa que antes, muito mais amorosa e apaixonada que antes. As mãos dos dois jovens deslizando sobre o corpo do outro, aquele fogo tomando conta de suas ações, deixando que suas vontades se satisfaçam, voltando a ser mais do que estar. Quando então a lua e as estrelas e as nuvens começaram a dançar e as árvores a cantar ao vento que as cruzava,
M. Inês e Hugo se amaram fervorosamente, como dois jovens apaixonados que continuam sendo, mas que às vezes parecem esquecerem-se disso.

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